sábado, junho 30, 2007

A nossa casa


A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!
 
Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?
 
Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,
 
Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim
 
Florbela Espanca
 
Foto: Joel Le Montagner

terça-feira, junho 26, 2007

Momentaneamente sento-me num banco… Observo o movimento em meu redor… Não conheço ninguém, ninguém me conhece. Não percebem que as olho, que mecanizo e memorizo cada gesto dado. Continuo a sentir vontade de ali ficar. Não entendo porquê! Quero conhecer as pessoas, o que elas pensam, os seus sonhos, as suas ambições, todos os projectos delineados e fracassados… Quero entender os outros para poder entender a vida...

sábado, junho 23, 2007

Não quero... Somente quero...


Não te quero preso a mim, como um carro se prende a um reboque; não te pretendo enjaulado, como um singelo pássaro que um dia foi livre; não desejo exclusividade, como uma telenovela adquirida por um canal televisivo; não ambiciono ter direitos de autor sobre ti, como um poeta tem da sua obra; não te planeio agarrado a mim, como um doente a uma máquina de oxigénio…

Não te quero a olhar para mim com desgosto do que não viveste, não te quero ver a lamentar pelo que não fizeste; não quero sentir que te arrependeste daquilo que partilhámos…

Quero-te somente a ti… Preso com amor, enjaulado com a porta aberta, exclusividade nos beijos, direitos nos sonhos, agarrado a mim a planear o futuro…

Quero-te a olhar para mim a relembrar a maravilhosa vida vivida, ver que fizeste tudo o desejado, sentir que te alegras pela maravilhosa escolha…

Foto: Attila

quarta-feira, junho 20, 2007

Jezabel



Jezabel foi uma princesa fenícia casada com o rei Acab de Israel.


O seu casamento com Acab foi o resultado de uma aliança que tinha como objectivo fortalecer as relações entre Israel e a Fenícia.


Jezabel continuou a adorar os deuses fenícios, mas não se limitou a isso, pois combateu o Deus de Israel. Recorreu ao dinheiro do tesouro público para sustentar os profetas do Deus Baal e os profetas da Deusa Achera (deusa fenícia da fertilidade).


Aparentemente o seu próprio marido sentiu-se atraído pelo culto destes deuses, relegando o seu Deus para segundo plano. Os sacerdotes e profetas israelitas foram eliminados ou então tiveram que se exilar no deserto devido à perseguição promovida pela rainha.


A resistência local contra esta política religiosa foi encabeçada pelo profeta Elias. Numa espécie de concurso religioso, Elias derrotou todos os profetas de Baal, que morreram, pretendendo desta forma o Livro de Reis mostrar como o Deus de Israel era a única divindade. Quando Jezabel soube disto ficou furiosa, pretendendo mandar matar Elias, que teve fugir para Judá.


Mulher determinada e independente, Jezabel não olhava a meios para conquistar os seus objectivos. Acab desejava a vinha de Nabot, mas este recusou-se a vendê-la. Sabendo-se disto, Jezabel envolveu-se na questão, enviando cartas em nome do marido aos chefes de Jezrael, ordenando a detenção de Nabot por blasfémia contra Deus e contra o rei. Segundo a lei da época, a propriedade de alguém que tivesse cometido estas acções passaria para o rei. Nabot foi executado e ela presenteou o marido com a vinha.


Um comandante chamado Jeú liderou uma revolta contra a família real, na qual matou o filho de Jezabel, Jorão. Quando ela soube da revolta pintou os olhos e adornou a cabeça, desafiando Jeú da janela do palácio. Este ordenou aos eunucos da rainha que a atirassem da janela (defenestração): Jezabel morreu, tendo o seu sangue atingido as paredes e os cavalos. Uns cães que por ali passavam devoraram o corpo da rainha.


Depois de ter feito uma refeição no palácio, Jeú ordenou que a Jezabel fosse sepultada, dado que se tratava da filha de um rei. Segundo o Primeiro Livro de Reis, os servos do palácio apenas encontraram o crânio, os pés e as mãos da rainha.


Por causa desta rainha o nome "Jezabel" encontra-se associado na cultura popular a uma mulher sedutora sem escrúpulos.

segunda-feira, junho 18, 2007

Cada dia mais presa a ti,

como nunca previ.

Ébria com teu aroma,

que de noite assoma.



Em teu perfume me vou enrolar,

em tua almofada me vou extasiar.

O meu amor te vou confiar

e o meu beijo te vou dedicar.




Foto: Votja Herout

quinta-feira, junho 14, 2007

Cabelo!


Quando as mulheres dizem que vão cortar o cabelo, eles assustam-se. Provavelmente o cabelo é uma das maiores inquietações delas e um dos focos de tensão deles.

Noventa por cento dos homens que gostam de mulheres preferem-nas de cabelo comprido.

Na verdade, às vezes o homem ou a mulher que amamos não é suficiente para nos devolver a auto-estima desejada. Se temos tudo no lugar, receamos ser largadas por um Q.I. mais desenvolvido. Se somos gordinhas, aceitamos passar fome para nos aproximarmos da imagem da modelo que ele tem no computador. Os homens são tão gulosos em relação à beleza das outras mulheres que às vezes nos passa pela cabeça que durante o tempo que estão no escritório passam o tempo a pensar na beldade que nunca vão ter.

E se fizermos um corte parecido com o da outra, talvez ele repare?!

Foto: Olga Kont

segunda-feira, junho 11, 2007

But I do love you

sábado, junho 09, 2007

Em várias músicas, tudo o que somos, tudo o que sinto por ti…

“Sem eu estar à espera, tu chegaste de repente”, “foi lindo, foi mágico, o nosso primeiro encontro”. “Eu não sei o que me aconteceu”, mas “quando os meus olhos te tocaram” “I saw an angel” e “senti que encontrara a outra metade de mim”. “When I first saw you I saw love”, “the first time you touched me I felt love” e “quando eu te falei em amor, tu sorriste para mim” e “sentimos os dois que o amanhã vem depois”.

A partir daquele momento “life as began”, “cause you give me something” para a qual “não existe explicação”. Simplesmente, “no teu abraço eu esqueço o cansaço”, “all the songs remind me you”, “a tua ausência magoa” e fico “louca para te ver chegar”, pois já “não existo longe de você”.

Por mais que digam “that you aren’t the one”, por mais que apostem “that we will never make it” - “you are the one”. “Without you I can’t find the way”, “without you I’m going to be incomplete”, “and if you’re not for me then why do I dream with you as my” husband?

Às vezes nem acredito que isto me está a acontecer, “some people wait a life time for a moment like this”. But “Eu nunca mais vou esquecer, eu nunca mais vou esquecer-te, eu entreguei-te o meu coração”, “eu estou aqui para te dizer, que como eu ninguém te” ama.

“Só quero te lembrar” que a tempestade acabou and forever started last night, so “this is the first day of my life”, porque “eu sei que tudo pode acontecer”, mas o “nosso amor não vai morrer”…

quinta-feira, junho 07, 2007

Horizonte

O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.
 
Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
 
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa
Foto: Salih Guter
 

segunda-feira, junho 04, 2007

Jogos de sedução

Os jogos de sedução são iniciados quase sempre pelas mulheres, mas elas preferem deixar que os homens acreditem que a iniciativa foi deles, atitude que, segundo uma sexóloga espanhola, é também uma maneira de atrair a pessoa desejada.

A mulher desencadeia o processo de sedução em três de cada quatro casos quando olha e sorri.

«Mas como é o homem quem se aproxima, acredita que foi ele que iniciou o jogo de sedução, quando na realidade foi a mulher que o escolheu e o convidou para vir ao seu encontro», defende a especialista em sedução Miren Larrazábal.

«A sedução é um estilo de comunicação que pretende que as pessoas se interessem por nós, se se sintam à vontade ao nosso lado e descubram que gostariam de estar muitas vezes connosco», que está muito para além da beleza física.

Num primeiro contacto, que pode ser apenas de alguns minutos e onde não há tempo para «discutir filosofia» com a pessoa desejada, há que apostar tudo num olhar, aconselha a sexóloga.

Diário Digital / Lusa