segunda-feira, julho 23, 2007

Porquê o amor?

Perguntas-me porquê?

Porque te amo?

Porque é que o vento se agita?

Porque é que os rios correm para o mar?

Porque é que o Verão chega depois da Primavera?

Porque é que o Sol brilha no céu?

Porque é que cai a chuva no Inverno?

Porque é que brilham as estrelas?

Porque é que o mundo gira?

Porque existe a natureza?

Porquê?

O amor não se explica!

O amor acontece!

E é só!

Uma dor imensa no peito!

Como dizia o poeta:

Estou bem onde não estou!

Porque só quero ir onde não vou!

Amo-te, porque te amo!

Porque fazes parte de mim!

Porque algo em ti me tocou!

E me faz falta!

Estou mutilada na alma!

O coração está incompleto!

Algo em mim está vazio…

Sem ti!

Noel Santa Rosa

sábado, julho 21, 2007

Quando eu pensava que já tinha visto um pouco de tudo!

Numa das minhas pesquisas tontas(Entenda-se por pesquisas tontas, não ter nada em concreto para pesquisar, apenas e somente a vontade de navegar e conhecer mais) pela web em que procura imagens de telas, deparei-me com o trabalho de um artista no mínimo especial.

Em principio foi o nome que me suscitou curiosidade Pricasso, inclusive, julguei tratar-se de um erro gráfico, mas não o artista chama-se Tim Patch e pelos visto adoptou este curioso nome artístico que nos faz lembrar um grande pintor.


E assim foi, clic aqui, follow link ali e deparei com algumas telas entre as quais esta que se segue intitulada de Lady in White Hat.


No entanto, não foi esta tela que me causou espanto, mas sim a técnica do artista em questão. A próxima explica tudo e para que não hajam dúvidas a imagem mostra o artista durante o processo criativo da tela Lady in White Hat.


Sim, foi aqui que eu pensei afinal ainda não vi um pouco de tudo!

Então não é que o rapaz usa o dito cujo para pintar... por amor de Deus faz favor de arranjarem uma namorada jeitosa ao moço, e depressa antes que ele dê cabo do pincel todo ...

Ainda dizem que não há arte do C******!



Para quem é tão ou mais curioso que eu, e quer ver as outras telas:

http://www.penileart.com/Commissions.htm




terça-feira, julho 17, 2007

O Abrunhosa é que tem razão!

Montes, e montes, melhor dizer montanhas de tempo sem escrever... cordilheiras de Alpes ... sem escrever e de repente oiço uma música e plim, tenho um belo motivo para blogar.

Trabalhava eu ao som do musicol, Pedro Abrunhosa era o meu "muso" inspirador, se bem que aquela parte do "ralatório" nem com um shot de vodka melão lá vai, quando começo a ouvir do albúm viagens a linda faixa 7 "Fantasia".

Agora pergunta os que lêem "Mas Pedro Abrunhosa porquê?"
Ora porque no meu último rendez vous com a Deusa Medusa, a dita cuja tinha um CD do cantor em mãos e eu cá fiquei com vontade de ouvir o senhor a cantar aquelas musiquinhas mais antigas (ainda me lembro de quando torci o pé a correr para apanhar o BUS só para ir ao seu concerto).


Entretanto vem a parte interessante... No rendez vous, não! porque os pais da Deusa estavam de olho, mas noutras ocasiões tenho presenciado o clima entre a Deusa e o seu mais-que-tudo, o seu Deus Latino, o senhor do seu pedaço, o seu futuro cônsul, e ao ouvir esta música pensei:
"É assim que eles andam, ai é, é"

Fantasia

Tudo se passa em segredo
numa praia à beira mar,
sempre em noites de céu negro,
sem estrelas nem luar.
O cenário é um velho hotel,
sem janelas para a rua,
sinto-me à flor da pele,
numa guerra sem quartel,
quando te pões toda nua.

Ah! Se chego ao pé de ti,
deixo logo de pensar.
Ando em louco frenesim,
só te quero devorar...
Ah! Se chego ao pé de ti.

Do sofá à alcatifa,
o teu corpo vai e vem.
Fazes-me sentir califa
no nirvana de um harém.
Enrolada nos lençóis
endoideces de prazer,
arrancas-te os caracóis,
dizes: "Já não posso mais",
e não paras de gemer.

Refrão

Com um gesto sedutor
mergulhas vezes sem fim,
gritas de desejo e dor,
nada pode ser melhor,
queres ficar sempre assim.
Pões-me a cabeça a ferver,
mais em brasa que um tição,
chegas-me a fazer perder,
(isto assim não pode ser)
toda a réstia de razão.

Refrão

Viagens, Lp 1994
(Pedro Abrunhosa|Pedro Abrunhosa)

sexta-feira, julho 13, 2007

Eu sou...


Uma rosa envolta de delicadas pétalas, enfeitada com folhas de um verde intenso de alegria e adornada por exíguos e naturais espinhos que se desviam com temor de te ferir.



Ali nasce, naquela porção de terra que cuidas com desmedida ternura, onde brotam as mais lindas espécies de flores de todas as pigmentações, estampadas pelo arco-íris.



No horizonte reduz-se a um quadro singular, de uma perfeição inigualável; perto revela ser o teu espécime predilecto, o único por quem o teu sorriso irrompe, por quem na imensidão do mundo tu procuravas…

quarta-feira, julho 11, 2007


Em qualquer lado, o coração se desenha, num livro que leio, num pedaço de papel que apanho, num quadro que observo, numa parede suja pelo tempo… O coração do desejo, o coração do amor ou o coração órgão que nos suporta?

Foto: Ilona Wellmann

segunda-feira, julho 09, 2007

A inocência...




quarta-feira, julho 04, 2007

O ÚNICO DEFEITO DA MULHER


«Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado, homens do outro.

Não sei se hoje isso ainda acontece. Sou anti-social ao ponto de não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízos.

Mas era assim que a coisa acontecia naqueles tempos. Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto a observar a paisagem.

Bem, depressa verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatómicas.

A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.

Explico: no lado masculino imperava o embate das comparações e disputas.

"O meu carro é mais potente, a minha televisão é mais moderna, o meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, a minha equipe de futebol é mais forte, eu faço amor 3 a 4 vezes por noite" e outras cascatas típicas da macheza latina.

Já no lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir. Falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimónia que me deliciava.

Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como mexerico. Discordo.

Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres. Constatem, é fácil.

Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, as mulheres já chegam com quase metade da lição estudada.

Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática.

Ela brinca às casinhas e aprende a pôr um pouco de ordem nas coisas.

Ela pede uma bonequinha a quem chama filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana.

Ela fala em namoro mesmo sem ter uma ideia muito clara do que vem a ser isso.

Noutras palavras, ela já nasce a saber. E o que não sabe, intui.

Já com os homens a historia é outra.

Você já viu um menino dessa idade a brincar aos directores?

Já ouviu falar de algum garoto fingindo ir ao banco pagar as contas?

Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do IRS?

Não, nunca viram e nem hão-de ver.

Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto juvenil.

O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.
Aí reside a maior diferença.

O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia e competição.

Então a fuga acompanha-os o resto da vida, e não percebem quanto tempo eles perdem com seus medos.

Falo sem o menor pudor. Sou assim. Todos os homens são assim.

Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado.

Sempre consegui ver a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.

Porque todas as mulheres são lindas.

Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.

É só saber olhar.

Todas têm a sua graça.

E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones da futilidade, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim.

Incautas não por serem ingénuas, mas por acreditarem.

Porque todas as mulheres acreditam firmemente na possibilidade do homem ideal. E esse é o seu único defeito.»

Texto de Sérgio Gonçalves, redactor da Loducca, publicado no Jornal da agência

Foto: A. Hunt