De volta à realidade... (continuação)
Íamos a caminho do nosso transporte e deparo-me com gelo na estrada. Confiante, como Medusa que nada teme, avancei… Pois bem… Bastou colocar o membro que me sustém, sim, o meu sublime pé no referido gelo, quando este se parte em mil pedacinhos e por baixo de uma capa aparentemente segura encontrava-se um presente: água em forma liquida numa temperatura mais do que negativa… Não é preciso entrar em pormenores… Por favor, poupem-me de tamanha vergonha!!!
Primeiro pensamento de arrependimento: “Porque é que eu não comprei as botas?”
Enfim, depois de muita risada e consternação, entrámos na nossa carruagem…
Avistámos um sítio ideal… Aquele local deserto e deslumbrante…
Voltámos a colocar os nossos pezinhos na neve… Esta cedeu e enterrámos as pernas até aos joelhos…
Segundo pensamento de arrependimento: ”Que estúpidas!!!!! As botas estavam a olhar para nós, estavam a pedir para as levarmos!!!”
Colocámos de lado tão trágicas reflexões existenciais e rendemo-nos à Mãe Natureza… Zeus olhou-nos com ar de reprovação, mas o que seria dos reles mortais, se nós, as suas guardiãs, não usufruíssemos da vida… Não nos podemos tornar amargas… Por isso, aproveitámos…
Durante duas horas nada mais existiu, um anel cristalino limitou o nosso território, ninguém o invadiu e ninguém o abandonou… Pensámos, arquitectámos, deitámos mãos à obra e aqui está o nosso afectuoso amigo…
Depois de calorosos momentos, regressámos à nossa carruagem e tínhamos as botas molhadíssimas, os pés “congelados” e a cara geladíssima…
Fim de brincadeira: terceiro pensamento de arrependimento: “Para a próxima quero as botas, o fato especial e tudo a que tenho direito!”
Por fim, concluímos: a vida não deve ser monótona… Ela foi feita para ser vivida com intensidade, usufruir ao máximo o que a natureza nos oferece e são estes momentos de descontracção que servem para esquecer maus pensamentos…
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