sábado, julho 01, 2006

Vida e Morte


«O problema da morte instaura um problema da significação da vida, abre a interrogação sobre o seu para quê.»

Virgílio Ferreira

É verdade que estas duas palavras vida e morte são as únicas certezas absolutas da existência humana.

Muitas pessoas aproveitam cada momento como se fosse o último, outras medem todos os seus passos, todas as suas acções, com receio da “vida depois da morte”, céu ou inferno considerados os únicos destinos. No entanto, a vida sentida e vivida sem grande intensidade, ou melhor, com a preocupação de que tudo o que fazemos terá repercussões, não é vida, é apenas uma passagem.

Virgílio Ferreira coloca uma questão crucial: se o destino é a morte, para quê viver? Que significado terá a vida?

Na minha opinião, esta pergunta só terá sentido, se a vida não for realmente vivida, se cada instante não tiver significado, se não se souber saborear os pedaços de prazer que nos são oferecidos.

“O problema da morte instaura um problema da significação da vida”, se esta não for encarada como única, como inédita e irrecuperável, então realmente não terá razão, e muito provavelmente terminaremos a vida a dizer: “Estou arrependido!”

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