terça-feira, fevereiro 06, 2007


Li Vai aonde te leva o coração há alguns anos, mas enquanto reorganizava os meus calhamaços voltei a olhá-lo. Já não me lembrava da história, decididamente não me tinha afectado. O título evocou-me outra memória, mas não se relacionava com o tema central do romance. Seria um romance?

Peguei nele e coloquei-o em cima da mesa-de-cabeceira, quando tivesse tempo voltaria a ele. O tempo não veio, mas a oportunidade e a curiosidade fez-me lê-lo. Um romance, mas um romance estranho. Algumas das suas frases tocaram-me, atingiram-me como um raio, retratava a realidade numa perspectiva confusa.

Em dias anteriores coloquei-vos dois excertos desta obra, hoje volto a copiar uma citação que, agora, me faz olhar para o presente de uma outra forma (é engraçado como em fases diferentes da nossa vida, temos uma outra perspectiva das coisas).

Não sei se vão concordar comigo, se vão conseguir ver-vos, porém, eu consigo…

«Quando sentires amor pela primeira vez, compreenderás então a que ponto os seus efeitos podem ser variados e cómicos. Enquanto não te apaixonares, enquanto o teu coração estiver livre e o teu olhar não for de ninguém, nenhum dos homens que poderiam interessar-te se digna interessar-se por ti; depois, no momento em que te prendes a uma única pessoa e os outros não te importam absolutamente nada, todos te seguem, todos dizem palavras ternas, todos te fazem a corte. É o efeito das janelas […]: quando estão abertas, o corpo ilumina a alma e a alma ilumina o corpo, como num sistema de espelhos. Passado pouco tempo, forma-se à tua volta uma espécie de halo que atrai os outros homens, como o mel atrai os ursos.»

Só não concordo com um pormenor, acho que não é preciso ser amor, basta interessarmo-nos a sério por uma pessoa para que a nossa alma se ilumine e os outros nos encarem de maneira diferente.

Foto: Alaya

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