sexta-feira, abril 13, 2007

Reencontro

Dois olhos a brilharem

por não imaginarem

ser possível se cruzarem

nem algum dia se aproximarem.

Dúvida ou embaraço?

Ninguém deu um passo

com receio do abraço

que poderia ser um fracasso.

Coincidência ou destino?

Pairava a questão no pensamento,

como um diamante cristalino

que inspira tratamento.

Escolheram seguir em frente,

sem se pronunciarem,

mesmo com o desejo ardente

de se tocarem.

Num encontro combinado,

voltaram-se a encontrar

com um ar envergonhado

e sem saber o que falar.

Quando as mãos se tocaram,

a alma estremeceu.

Quando os lábios se beijaram,

o coração cedeu.

Foto: Paul Yechout


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