domingo, abril 01, 2007


Sabes, aquelas palavras melosas que me segredavas, embevecidas naquele mel acabado de tirar da colmeia, são vocábulos perdidos, esquecidos no tempo com a amarga sensação de fel. Termos saturados de prazer, inconsequências pronunciadas numa só voz, numa harmonia cruel, desperta para a loucura no instante de mutismo.

O teu intenso olhar visível no algodão doce das nuvens da tempestade o vento o levou, como uma leve folha de Outono, seca pelo tempo, abandonada pelo espaço.

Não o quero de volta, o nada do passado compromete-se a tornar o tudo em presente. A memória reflectida pelo espelho servirá de ímpeto para a lembrança do futuro.

Foto: VOJTa Herout

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