A teoria da vida...
“[…] a sua teoria da vida, a teoria definitiva que ele deduzira da experiência e que agora o governava. Era o fatalismo muçulmano. Nada desejar e nada recear… Não se abandonar a uma esperança – nem a um desapontamento. Tudo aceitar, o que vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias agrestes e de dias suaves. E, nesta placidez, deixar esse pedaço de matéria organizada que se chama Eu ir-se deteriorando e decompondo até reentrar e se perder no infinito Universo… Sobretudo não ter apetites. E, mais que tudo, não ter contrariedades.
[…] Não valia a pena dar um passo para alcançar coisa alguma na Terra – porque tudo se resolve, como já ensinara ao sábio do «Ecclesiastes», em desilusão e poeira.”
Eça de Queirós, Os Maias.
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