Espelhos!
Aqueles espelhos por onde eu observei a minha existência, são pedaços de um ser perdido no espaço, são transformações controladas num ápice, como se de uma actividade sísmica se tratasse. Não quero lembranças, elas servem para ser esquecidas, guardadas naquela gavetinha um dia criada e para sempre lacrada. Talvez, mas só talvez, as boas recordações, um dia, eu as relembre e as conte aos netos, como histórias de embalar em que alterarei o final, pois assim parecerão verdadeiras histórias de princesas e príncipes.
A verdadeira história, aquela que eu farei questão de contar e recontar, aquela em que não participas, aquela que não terá nenhuma semelhança com a nossa, essa sim será a história da minha vida. O amor da minha existência, a parte que me completará e me fará eternamente uma mulher inteiramente feliz…
Junho de 2006
Foto: Vartan Martaian